maio 19, 2015

ERA UMA VEZ...


MARCELO BUAINAIN

“Cheguei à triste conclusão de que Era uma vez o nosso litoral! Era uma vez o nosso povo! Era uma vez a esperança de um Brasil gigante, civilizado e exuberante! Assim, à medida que me aprofundava neste trabalho, conversava com as pessoas e documentava as realidades do sertão e litoral, fui compreendendo que o abandono dos jumentos simbolizava o descarte de uma cultura e valores que não precisariam ser desprezados em nome do desenvolvimento. Esse entendimento me levou também a perceber que Era uma vez o jumento, o jegue, o jerico, o burro, o roxinho…”, explica o fotógrafo.

"DEU JEGUE" no CONCURSO POYLATAM - 1º LUGAR
UM BRINDE A TUDO ISSO, HEIN?

Via
Blog PoTiGuArTe 

Boa notícia para a fotografia potiguar. Duas fotografias relacionadas ao projeto ERA UMA VEZ..., do Marcelo Buainain, foram contempladas com o primeiro e segundo lugar no maior concurso ibero-americano de fotografia, o POYLATAM, que contou com 31.100 imagens e 168 multimídias inscritas por candidatos de quase todos os países ibero-americano.

Premiada com o PRIMEIRO LUGAR, na categoria cotidiano individual, o destaque foi para a fotografia realizada nas dunas do Estado do Rio Grande do Norte (RN). Já na categoria Retrato, o SEGUNDO LUGAR foi atribuído para uma imagem captada no interior do RN. Marcelo Buainain é fotógrafo e documentarista. Nascido em Campo Grande (MS), mora no RN há mais de doze anos.
 
 Fotografia: Marcelo Buainain

 ERA UMA VEZ...

O ostracismo, abandono e o perigo da extinção em que esse animal (o jegue, o jumento, o jerico, o burro, o roxinho) encontra-se envolvido, sensibilizou o fotógrafo a iniciar um importante registro fotográfico e documental. "Desde a edificação das pirâmides no Egito à construção de açudes no Nordeste, ele se mostrou o verdadeiro melhor amigo do homem”, afirma Marcelo Buainan.
 
 Fotografia: Marcelo Buainain

O Ensaio Fotográfico, Era uma vez, que já recebeu o XIII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Fundação Nacional de Artes (Funarte) em novembro de 2013, cujo enfoque foi resgatar a importância cultural, social e econômica que o jegue prestou ao nordeste brasileiro.
  

  Fotografia: Marcelo Buainain    


Na música Apologia ao Jumento, Luiz Gonzaga diz que “o jumento é nosso irmão” e “o maior desenvolvimentista do sertão”. Para exemplificar, o cantor e compositor conta, ainda, que o animal já arrastou lenha, madeira, pedra, cal, cimento, tijolo, telha, contribuiu na construção de açudes, estradas de rodagem, carregou água para a casa do homem e já serviu como meio de transporte. 

O Rei do Baião ressalta também os maus-tratos – a que os animais são submetidos constantemente – como a injusta “recompensa” destinada àquele que deveria ser tratado com mais respeito, tendo em vista sua importância social, econômica e cultural. Não por acaso Buainain mostra, além dos animais nas fotografias, o homem. Como o artista (pois é o que ele é) costuma dizer: “não consigo fotografar sem inserir o ser humano no contexto”. E no ensaio fotográfico Era uma vez, sua presença é parte integrante, e primordial, para se fazer repensar a relação que há entre o ser humano e aquele que faz parte da história de um povo.

MARCELO BUAINAIN

Marcelo Buainain, nasceu em 1962 na cidade de Campo Grande, Estado do Mato Grosso do sul – Brasil. Enquanto acadêmico de medicina abandonou o quinto ano do curso para se dedicar exclusivamente ao mundo imagético. Hoje é pai, fotógrafo e documentarista.


Na década de noventa em busca de novas experiências fixou residência na Europa onde trabalhou como free lancer para publicações brasileiras e europeias. Neste período abraçou a fotografia documental publicando três livros, com destaques para as obras “Bahia – Saga e Misticismo” e “Índia Quantos Olhos tem uma Alma” que recebeu em 1998 o Prêmio Máximo conferido pela II Bienal Internacional de Fotografia da Cidade de Curitiba.


Realizou diversas exposições individuais e coletivas e nos anos 80 com o apoio da Funarte coordenou a I e II Semana Campograndense de Fotografia. Dotado de um olhar que revela equilíbrio entre o apuro estético e o aspecto documental, em 2009, foi um dos sete fotógrafos convidados para compor a mostra coletiva Bressonianas, realizada em São Paulo, em paralelo a uma grande retrospectiva em homenagem ao consagrado fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson.


No ano de 2002 Marcelo Buainain regressou ao Brasil fixando residência no nordeste do país e recebe a Bolsa Vitae de Arte para desenvolver o projeto “Brasil: a Religião e o III Milénio”.

A procura de novas linguagens renuncia a fotografia e se lança no universo do áudio visual dirigindo o premiado documentários “Do Lodo ao Lotus” e Hermógenes – Deus me Livre de Ser Normal, este produzido para a TV Cultura no âmbito do II DOCTV.


Em 2011, a revista brasileira PhotoMagazine incluiu Buainain entre os dez fotógrafos brasileiros da década e é neste ano que ele retoma a fotografia publicando o seu quarto livro, Mi Amas Vin, obra contemplada em 2013 no concurso internacional POY (Picture of the Year) Latam com a Menção Honrosa do Juri na categoria de Melhor Livro do Ano.


Com a série Retratos de Família recebe, em 2012, na cidade de Paris o Prêmio Martín Chambi de Fotografia com uma exposição na Galerie VU. Neste mesmo ano, na Argentina, a obra do fotógrafo é também contemplada com I Prêmio Latinoamericano de Fotografia conferido pelo Centro Latino Americano.


Em 2013 a série sobre A Cultura dos Mutilados é premiada na Colômbia no âmbito do XIX Concurso Latinoamericano de Fotografia Documental - Los Trabajos y los Días.

A versão digital do livro ERA UMA... está disponível para download no site indicado logo abaixo desta postagem.
...DOWNLOAD...
www.buainain.com 

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