fevereiro 13, 2015

UM ÔNIBUS ENCANTADO

 
 "UM ÔNIBUS ENCANTADO"
O diretor Carito Cavalcanti construiu “O ônibus encantado” como uma
colagem, recortando pedaços e montando o quebra cabeça.
Um documentário que conta a trajetória do ônibus que
 percorreu as quatro regiões administrativas da
 capital potiguar no período natalino.
Fotografia: Fábio Cortez / NJ

 ÔNIBUS ENCANTADO DEVERÁ CONCORRER A PRÊMIOS

Por
Rafael Barbosa
DO NOVO JORNAL

“Um ônibus encantado. Um ônibus tatuado de magos”. O documentário que conta a trajetória do ônibus que percorreu as quatro regiões administrativas da capital potiguar no período natalino foi lançado nesta semana e deve concorrer nos festivais de cinema no decorrer de 2015. O trecho que abre esta reportagem foi extraído do texto escrito pela cantora Valéria Oliveira para o documentário, que tem direção e roteiro de Carito Cavalcanti.


“O Ônibus Encantado” saiu primeiro na internet, no site Vimeo, segunda-feira. O documentário de 10 minutos conta como foi o projeto Canto de Natal, realizado em dezembro do ano passado. A iniciativa consistiu em levar arte aos quatro cantos da cidade, através de apresentações de corais de música em locais periféricos durante cinco noites. O Canto de Natal percorreu todas as regiões administrativas, levando os concertos a bairros como Planalto, Vila de Ponta Negra, Nossa Senhora da Apresentação e Bom Pastor.


Os corais chegavam de surpresa nas comunidades, em um ônibus ornado de enfeites que aludiam à época natalina, o ônibus encantado. Numa dinâmica orquestrada pela equipe de produção, os três corais selecionados para participarem da ação fizeram a alegria das pessoas que estivessem nas ruas. As apresentações aconteceram em espaços comuns, de forma gratuita. Só quem sabia do que ia acontecer eram os líderes comunitários.


Dentro deste universo mágico de Papai Noel, Carito Cavalcanti foi incumbido de registrar a obra. “Fui chamado para fazer um documentário sobre o projeto e resolvemos que não seria um simples registro, como uma reportagem televisiva. A idéia é passar o que aconteceu nas cinco noites em que o ônibus percorreu a cidade através da linguagem cinematográfica”, explica Carito.


O cineasta acompanhou todo o desenrolar do projeto, nos cinco dias de apresentação, produzindo imagens para o documentário. Em meio à produção, Carito Cavalcanti teve a idéia de usar Valéria Oliveira como personagem para conduzir a narrativa do filme. “É uma pessoa que eu já tinha uma amizade, mas que pude me aproximar mais nesse projeto”, conta.

No processo de filmagem, ele se deu conta de que, além de exercer a função de coordenadora musical, Valéria acabava sendo uma expectadora do Canto de Natal, no momento em que não sabia o que ia acontecer no decorrer das apresentações. “A recepção do público, a reação deles. Isso era uma coisa imaginável, mas não dava para saber ao certo”, completa.


Valéria Oliveira aparece no filme como uma personagem expectadora. A cantora produziu um texto, que é recitado por ela durante todo o documentário, mostrando as suas impressões sobre o que acontecia nas cinco noites de magia musical, que encantou crianças e adultos.


 BATE-PAPO COM CARITO CAVALCANTI

Como aconteceu a escolha dos corais que participariam do evento?

Valéria Oliveira quem fez esse trabalho de curadoria. Ela fez contato com todos os corais, o Coral Atitude Cooperação, que inclusive trabalha com crianças carentes, o Coral Solar Bela Vista, o Coral Unimed em Si. Valéria foi a coordenadora musical do Canto de Natal.


Como surgiu o convite para produzir o documentário?

Eu fui procurado por Antônio Claudio Mac Dowell, Mônica Mac Dowell e Valéria Oliveira, que são da organização. Eles já tinham uma idéia de não fazer um simples registro sobre o Canto de Natal. E a minha idéia logo de cara era também não fazer algo como uma produção institucional. Então deu certo. O projeto chegou a mim por causa de outros documentários que tenho produzido em que procuro trazer a linguagem cinematográfica dentro de um conceito poético. Eles já me procuraram em busca desse olhar poético nesse registro audiovisual.


Como foi a experiência de produzir o documentário?

Foi muito emocionante. As comunidades que o projeto percorreu têm realidade muito dura. E aí você vê esse ônibus chegar e percebe a mudança nas faces das pessoas, as vê ficando menos duras, mais animadas. De repente elas vão se abrindo e vão comungando. E eu procurei traduzir no documentário essa emoção que eu também senti.

...fonte...
www.novojornal.jor.br

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