setembro 02, 2013

PEDRO PEREIRA: O JARDINEIRO DAS CORES

 PEDRO PEREIRA
 Ainda se recuperando do AVC que sofreu há onze anos,
Pedro Pereira prepara nova exposição para o dia
6 de setembro na Capitania das Artes
Fotografia: Rodrigo Sena
 
 PEDRO PEREIRA PINTA DE NOVO
 
Por
Tallyson Moura
NOVO JORNAL
 
Revolução: ato ou efeito de revolucionar ou de revolver; sublevação, rebelião, revolta, insurreição. As definições no dicionário são várias, mas curtas. Pouco poéticas. O melhor jeito de entender o significado deste substantivo feminino é, sem dúvida, com um bom exemplo, uma boa história e um bom protagonista.

Pedro Pereira, artista plástico, 50 anos de idade e quase 25 de revolução. Em 1º de setembro de 1991 fincou definitivamente a bandeira contra o mundo preto e branco e, na contramão dos encalços da vida, espalha cores, flores e sorrisos por todos os lados. Nesta luta lenta e sem data para acabar, já há um novo ato marcado para o próximo dia 6 de setembro.

O evento – chamado também de exposição - foi intitulado de “O jardineiro das cores’ e trará, em molduras, as armas preferidas do revolucionário. “Não consigo fazer revolução se não for através das cores e das flores. Elas são meus elementos de suporte”, justificou.

 
 PEDRO PEREIRA
 Fotografia: Rodrigo Sena

A exposição cheia de jardins e pinturas abstratas, exemplos fiéis do estilo pós-impressionista que adotou, ficará disponível até o dia 25 de setembro na Capitania das Artes. Serão apresentadas ao público 175 telas. Os quadros foram produzidos entre 1992 e 2013, com mais destaque para os concluídos nos últimos três anos.

Quando optou pela arte, há mais de duas décadas, a revolução era despretensiosa. Contudo, mudou de tônica quando tudo ficou preto de repente. Em 2002, no dia do velório da sua mãe, ele apagou após uma dor de cabeça e só despertou três meses depois. Ele havia sofrido de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), o que o deixou 90 dias em coma. Quando acordou, estava preso em um corpo que mal se movia. Os lábios e a língua, por mais que tentasse falar, não o obedeciam.

 PEDRO PEREIRA
 Fotografia: Rodrigo Sena

Após a alta médica, Pedro iniciou então um tratamento de reabilitação no Hospital Sarah Kubitschek, em Fortaleza. “Lá você é reabilitado para ser o que você era antes. Se você era pedreiro, você vai voltar a ser pedreiro. Se você é pintor, você volta a ser pintor”, contou. E foi neste momento mais crítico que Pedro se muniu definitivamente de pincel e tinta e pôs para correr a angústia, a depressão e o medo. A revolução ganhou tons de guerra.

“O mundo não acabou. Quando eu vi pessoas mais graves do que eu, eu me olhei e disse: ‘estou ótimo!’”, recordou. Neste período, Pedro não tinha, sequer, equilíbrio de tronco. “Era todo mole”, lembra. Ainda assim, bateu recorde em produção, pintou como nunca. Em uma mesa adaptada, ele retomou o 
 
 PEDRO PEREIRA
 Fotografia: Rodrigo Sena

trabalho de pintura e, em pouco tempo, concluiu mais de 50 obras. A força de vontade do artista foi transformada em uma exposição, no próprio hospital, com direito a convites, drinks e roupas de gala.

“Eu aprendi que uma sequela, seja ela qual for, você pode tirar proveito dela. Porque você tem noção do que realmente é a vida. Ela é única e você tem que cuidar dela. A vida só gosta de quem gosta dela”, afirmou.

Antes do derrame, Pedro tinha uma vida ativa. Morava em Cidade Satélite e tinha um ateliê no Tirol, por trás do Clube América. Em alguns dias, ele fazia o percurso mais de uma vez e sempre de bicicleta. Produzia muitos quadros e seu nome estava cada vez mais consolidado entre grandes artistas potiguares. O AVC interrompeu a carreira de Pedro, mas não por muito tempo.
 
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