maio 31, 2012

ADEUS, ZAÍRA CALDAS

 Zaíra Caldas foi pioneira no RN quanto ao manuseio do espaço na telafotografia: Walmir Queiroz

MORRE A ARTISTA PLÁSTICA ZAÍRA CALDAS

Via
Tribuna do Norte e Nominuto.com

Faleceu no final da manhã desta quarta-feira (30), a pintora Zaíra Caldas, aos 84 anos. Ela estava internada no Hospital da Guarnição para fazer o tratamento de quimioterapia, pois há 4 meses descobriu que tinha um câncer no sangue chamado mieloma múltiplo.

O velório aconteceu ainda na noite de quarta-feira. O seu enterro aconteceu no Cemitério Morada da Paz, localizado no conjunto Emaús, em Parnamirim. Uma hora antes do enterro, a sua família celebrou uma missa.

Irmã do também pintor Dorian Gray, Zaíra começou pintar os quadros quando tinha 7 anos. A artista também era ceramista, escultora, gravadora, poetisa e compositora. A primeira exposição dela foi no ano de 1965. Seus trabalhos já foram expostos na Bélgica, França, Itália, Espanha e Suíça. Ela é considerada a mãe do transfigurativismo.

Essa técnica consiste em uma imagem que se modifica e o observador da obra vai vendo coisas no quadro que o pintor não necessariamente colocou. A pintura de Zaíra era feita a óleo, mas também utilizava o metal cravado e a colagem de folhas.

Em nota, a Secretaria Extraordinária de Cultura do Rio Grande do Norte colocou essa seguinte nota de pesar:

A Secretaria Extraordinária de Cultura e a Fundação José Augusto (Secult/FJA) unem-se aos sentimentos da família de Zaíra Caldas Pereira (1927-2012) e a todos os norte-rio-grandenses, eternamente saudosos e orgulhosos de sua ilustre conterrânea, que soube explorar e traduzir, como poucos, "a festa colorida da natureza" - para citar as palavras do cronista Rubem Braga.

Pintora, escultora, tapeceira, Zaíra Caldas soube conciliar técnica e sentimento numa vasta obra que ultrapassou as fronteiras do estado, desde a década de 1960 até os dias atuais, sempre revelando-se através de sua arte que, na definição de Câmara Cascudo, soube ser "forte, leal e nítida, documental e direita, antiga e contemporânea".
 
A MAGIA DA VIDA NOS PINCÉIS DE ZAÍRA CALDAS

Ela pintava  quadros mutantes. Zaíra Caldas contava que no processo de elaboração de suas obras, ela não pensava  muito, simplesmente agia e as fazia. Segundo ela, seus quadros eram feitos "de uma maneira intuitiva, cósmica". Zaíra Caldas, irmã de um dos principais nomes das artes plásticas do estado, Doryan Gray Caldas.

Em uma de suas últimas exposições, ela continuava com o mesmo tranfigurativismo de sempre, mas "surgindo com uma nova roupagem, diferente", enfatizava a artista plástica que deu nome ao próprio estilo.

Doryan Gray Caldas explica que a expressão "transfigurativismo" foi criada porque a obra se transfigura, muda. "Quando se olha o quadro, inicialmente pode ser visto uma floresta. Ao se repetir o olhar, já é possível olhar pessoas, ruas. Zaíra Caldas descobriu essa expressão através da observação de outras pessoas", comentou o irmão da artista.

Segundo Zaíra Caldas, Dorian Gray explica melhor do que ela mesma o que significa o transfigurativismo. "Ele escreveu sobre o estilo. Sabe explica-lo melhor que eu", revelava a artista plástica . 
 
Em suas escrituras, Doryan Gray afirma: "Quando Einstein criou a teoria da relatividade, comprovou que o que parecia não existir, realmente existia. Portanto, criou uma possibilidade, uma outra realidade que até então não havia sido percebida. Quando Zaíra criava uma figura transfigurada, criava uma outra realidade que existe, mas que não havia sido, até aquela data, percebida. E passa a existir se alguém a descobre, portanto, tem uma autonomia e uma dimensão. Estudando esta dimensão do que existe com a dimensão do que é percebido, tem-se um outro espaço no mesmo espaço de tempo".

Doryan Gray Caldas explica ainda que com a transfiguração, uma outra realidade passou a existir na arte de Zaíra, independente até de sua vontade e insuperável nas suas possibilidades.


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